Título: A Mentira
Autor: Helen Dunmore
Editora: Companhia Editora Nacional
Páginas: 295
Ano: 2015
Adicione: Skoob
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Cornualha, Inglaterra 1920
Um Jovem Soldado volta para casa.
O horror das trincheiras e uma grande amizade ficam para trás.
E seu futuro lhe reserva as imprevisíveis consequências e uma mentira.
Sabe quando você vê um livro com temática de guerra e automaticamente conclui que você irá se emocionar de alguma forma? Pois bem, foi exatamente isso que aconteceu comigo na leitura de A Mentira.
O ano é 1920, e nosso protagonista, Daniel Branwell, retorna da guerra muito ferido psicologicamente. Ele volta para sua cidade natal em Cornuália, na Inglaterra, em meio à tristeza de não ter mais família e ter perdido sua mãe para uma doença enquanto esteve nos conflitos, muito longe de casa.
Como não gosta das pessoas da cidade, Daniel acaba por ir morar no recluso interior, nas divisas da terra de uma boa senhora, que lhe permitiu ficar por ali, e cuidar da terra e dos animais que ela tinha.
O problema é que Daniel não está bem, já que ele vem sendo assombrado pelo fantasma de seu melhor amigo, Frederick, que morreu durante a guerra.
Sua única distração além dos serviços da terra, é visitar a irmã mais nova de Frederick, Felicia, que acabou se casando, mas também passou pelo luto e perda do marido, e está criando sozinha a filha pequena.
A história toda é permeada por uma melancolia angustiante, com a narrativa do protagonista alternada entre o presente e suas conversas com Felicia, o passado com a infância difícil e sua amizade com Frederick, e as horríveis memórias dos difíceis tempos que viveu.
A tristeza do protagonista é transmitida também ao leitor, então acaba sendo impossível não se sentir tocado pelo que você lê. Todas aquelas lembranças, o cheiro e gosto da morte, da terra, as dores e todos os momentos difíceis vividos nas trincheiras chegam e nos abalam muito, justamente pela veracidade dos sentimentos abatidos que a gente enxerga em Daniel.
É incrível como, mesmo nunca tendo presenciado situações tão horríveis quanto uma guerra, o leitor consegue se sentir tocado pelas lembranças do protagonista. Principalmente pelo fato de ele ver o fantasma de Frederick e isso lhe afetar muito, já que ele se sente culpado pela morte do melhor amigo.
Esse acaba sendo um dos fatores que mais nos deixa ligados ao livro, por querermos saber de que maneira Frederick morreu, e se Daniel realmente está certo em sofrer e se culpar.
É muito angustiante ver esse sofrimento se arrastar ao longo de toda a história. Em alguns momentos, eu realmente quis poder chegar e sacudir o protagonista, dizer pra ele acordar desse torpor no qual estava vivendo e se permitir aproveitar a vida, a segunda chance que teve ao conseguir voltar da guerra, se permitir mudanças e ser feliz.
E apesar de o final ter me deixado incomodada de início, percebi que nada seria mais justo do que esse destino que a autora deu ao protagonista, demonstrando que algumas ligações são realmente muito fortes para serem quebradas.
Sei que a sinopse do livro não nos revela muito a respeito do real caminho e teor da história, mas no meio desse cenário difícil de sentimentos após uma guerra, teremos ainda uma mentira, algo que apesar de parecer irrelevante ao longo do livro, será de extrema importância para esse desfecho final. Quando você menos esperar, aquele segredo voltará e mudará o curso dos acontecimentos.
A Mentira é mais do que recomendado pra quem gosta dessas leituras com temática de guerra / pós-guerra. Helen Dunmore conseguirá fazer você sofrer e torcer pelo protagonista, um livro forte que ficará marcado na sua mente.
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