1 de outubro de 2014

Resenha | Em Busca de Wondla - Tony DiTerlizzi


Título: Em Busca de Wondla - Trilogia Wondla, Livro 1
Autor: Tony DiTerlizzi
Editora: Intrínseca
Páginas: 400
Ano: 2012
Adicione: Skoob
Compare e Compre: Buscapé

Eva Nove tem doze anos e sempre morou com Mater, uma robô azul-clara extremamente amorosa e maternal, em um abrigo subterrâneo ultratecnológico no planeta Orbona. Quando um estranho invade e destrói o lar que as duas dividem, a menina é obrigada a fugir para a superfície — um mundo que ela só conhece por meio de holoprogramas. Apesar do perigo, é a primeira chance que tem de perseguir seu maior desejo: encontrar alguém como ela, outro humano. Eva sabe que eles existem porque guarda um item valioso: uma ilustração de uma garotinha, um adulto e um robô, junto de uma estranha palavra: “WondLa”. A busca vai levá-la a descobertas que vão muito além de suas maiores expectativas, em uma jornada surpreendente, divertida e emocionante, que vai tirar o fôlego do leitor e inspirar muitos sonhos.

Eva Nove vive no Santuário junto com Mater, a robô que a criou. O Santuário fica no subterrâneo, e é um lugar com altas tecnologias. Mater ensina Eva como sobreviver à superfície, caso a menina precise algum dia sair. Os treinamentos dela são realizados através de holoprogramas que projetam uma realidade que possa ser enfrentada e, a partir da cena, Eva toma as atitudes que lhe foram ensinadas para superar cada problema. 

Eva não gosta de ter que viver escondida no subsolo. Ela deseja sair e explorar o mundo, procurar por pessoas que sejam como ela, humanas. Ela nutre essa esperança pois guarda consigo uma imagem achada no Santuário, uma menina de mãos dadas com um robô e um adulto, com o escrito ''Wond''. A partir de então ela passou a chamar a imagem de seu Wondla.

É então que o Santuário é atacado brutalmente, e ela tem de ir para a superfície sozinha, enquanto Mater cuida do invasor.

''Pendurada na escotilha, Eva ergueu-se e alcançou a borda do duto. Seu corpo flexível se espremeu para passar pela abertura e, então, tombou no solo.Um solo no qual Eva Nove jamais pisara em seus doze anos de vida.''

Perdida, Eva descobre que o mundo lá em cima é muito diferente dos holoprogramas com os quais ela estudava, sendo que agora, sem Mater, ela se encontra desorientada e em perigo nesse novo mundo.

Sendo uma distopia infantojuvenil o livro tem vários aspectos fictícios, como criaturas exorbitantes e árvores que se movem. O autor abusou da criatividade ao criar os personagens e cenários.

''Longe, a leste, logo abaixo do sol nascente, havia um horizonte entalhado de montanhas cujos picos se projetavam na atmosfera enevoada. Até onde Eva podia ver, uma floresta densa formada por árvores interligadas estendia-se para o norte e para o sul. Além dos limites da floresta, cascalhos e pedras espalhavam-se por todas as direções na planície que cercava a árvore de Eva. Atrás dela, a oeste, agrupavam-se mais árvores atarracadas e irregulares, exatamente como a espécie na qual estava empoleirada. Aquela aglomeração toda compunha uma massa verde-oliva, e quando Eva observou com mais atenção, percebeu que as árvores estavam... andando.
Andando?
Eva correu para a beirada da plataforma das folhas e olhou boquiaberta para o chão. Cascalhos e pedras cobertas de líquen passavam em velocidade constante sob a árvore à medida que ela caminhava lentamente com suas centenas de pequenas pernas semelhantes a raízes. Aquilo fez Eva lembrar-se dos holoprogramas de centopeias rastejando pelo chão.''
 
Eva Nove é uma garota jovem que foi treinada por uma robô para enfrentar o mundo real, mas ao precisar encarar a realidade, ela prova estar despreparada em diversos sentidos. Ao longo da obra vemos Eva crescer e amadurecer. Em momento algum ela se desanima para alcançar seus objetivos e procurar seu Wondla, continua lutando e persisitindo sem se render ao inimigo.

Apesar de Eva estar constantemente fugindo ou se colocando em enrascadas, a história é bastante parada, e ao meu ver isso acaba tornando a leitura um pouco cansativa.

Porém, todas as formas de tecnologia e evolução que foram retratadas e introduzidas na história me cativaram. Em relação a isso, o livro nos trás alguns pontos futurísticos que podem ser idealizados em nossa sociedade com o passar dos anos.

A diagramação do livro é maravilhosa. Além de haver um texto sem muitos erros, o livro é recheado de ilustrações que nos dão uma melhor ideia de como são os animais e os cenários da região de Orbona, criados pelo autor. O mais interessante é que, além de escritor, Tony também é ilustrador, então o livro foi uma realização própria do autor em todos os aspectos. Os desenhos são magníficos e com uma riqueza de detalhes incrível.

O final é um tanto quanto surpreendente, do qual podemos tirar uma lição em relação ao futuro da humanidade. O autor soube deixar um gancho para o próximo livro, já lançado no país. Apesar de já ter o segundo volume da trilogia em mãos, não pretendo lê-lo em breve, mas Em Busca de Wondla é um trabalho que vale muito ser lido e apreciado.

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